No discurso realizado esta semana em Belo-Horizonte, durante
o seminário “PT 10 anos de governo”, a presidente Dilma Rousseff atribuiu
exclusivamente aos governos do PT o controle da inflação no Brasil, ao
responder as críticas pelo aumento do custo de vida em seu período de governo.
Logicamente, a presidente satisfez a “seleta” platéia de militantes e
dirigentes petistas, que incluía o ex-presidente Lula da Silva.
A presidente nem mencionou o Plano Real, que estancou uma
inflação catastrófica de quase 50% ao mês, beneficiando milhões de brasileiros
durante o governo de Itamar Franco. Também desdenhou dos esforços empreendidos
no governo de Fernando Henrique Cardoso para estabilizar o valor da moeda, em
um ambiente de profundas crises econômicas.
No passado o PT era contra a tudo e a todos que não
marchassem nas suas fileiras. Assim, foi radicalmente contra o Plano Real e
outras conquistas. Hoje, depois de se juntar às oligarquias mais arcaicas, que
tanto criticava, já não tem constrangimento em executar a velha política, bem
como de sentir-se no direito de se apropriar de feitos anteriores como se
pudesse alterar o curso da história.
Não é por falta de motivos que não mais podemos esperar do PT
um comprometimento com a verdade e com ética, nos moldes como o partido
difundia em seus tempos idos.
Agora, tudo de bom no Brasil só aconteceu nos últimos 10
anos, quando passamos a viver em um “paraíso”. “Crescemos mais que os outros
países do mundo; acabamos com a pobreza e com a dívida externa; extirpamos a corrupção; o MENSALÃO não existiu!”. Por último, temos também “eficiente controle da
economia e da inflação”. Valha-nos Deus!
Qualquer problema, porventura existente, é de
responsabilidade única dos desafetos, que são sempre os mesmos: a oposição
“integrada por tucanos, ex-comunistas e ex-pefelistas... com aliados poderosos
na mídia monopolizadora, em aparelhos de estado com altos funcionários do
Judiciário e do Ministério Público”, conforme o próprio dizer de Rui Falcão –
presidente nacional do PT - no mesmo seminário de Belo-Horizonte.
Esse viés populista e autoritário não aceita opinião
divergente. É ancorado na propaganda e na ignorância, nos mesmos moldes
utilizados por Hugo Chavéz na Venezuela, e continuado pelo seu sucessor Nícolas
Maduro. Lá a conseqüência é um país dividido, empobrecido cultural e
politicamente pela falta de democracia e pela estatização dos meios de
comunicação, que só enaltecem o governo. Também empobrecido economicamente,
pela desindustrialização e atraso.
Por sorte o PT tem encontrado resistência da sociedade
organizada e alguns dos aliados, que ora se postam de orelha em pé, diante da
ânsia de tanto poder.
Então, que a situação atual da Venezuela nos sirva como
exemplo, para que amanhã não tenhamos que lamentar os prejuízos de um modelo
político atrasado, incompetente e autoritário, nos moldes das ditaduras. Isto
é: se quisermos um país organizado e grande, com melhores valores.
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