Já no primeiro dia do ano novo foram empossados milhares de prefeitos e vereadores por todo o Brasil para um novo mandato de quatro anos. Muitos deles foram reeleitos; outros assumem como marinheiros de primeira viagem. Mas a responsabilidade de todos eles é muito grande, pois a maioria dos serviços públicos essenciais à população hoje é de competência do município.
Como é de conhecimento geral, são poucos os municípios que têm receitas suficientes para atender às demandas de custeio e de investimentos, que são sempre crescentes. No Brasil a divisão da arrecadação tributária, concentrada na União, é desigual, e em muitos casos chega perto da injustiça. A realidade é que a maioria dos nossos municípios tem uma arrecadação pífia, insuficiente até para cobrir as despesas de custeio.
Nesse cenário, cabe aos eleitos o zelo para que os recursos públicos sejam utilizados apropriadamente. É isso que esperam os cidadãos que depositaram seus votos nas urnas, em confiança àqueles e àquelas que elegeram. Todos agora estão na expectativa de que suas necessidades venham a ser assistidas, independente da renda e do tamanho do município.
Lamentavelmente, em pleno século XXI, ainda observamos no Brasil uma cultura patrimonialista, quando muitos depois de eleitos passam a tratar os recursos públicos como se fossem privados.
Essa falta de escrúpulo chega a tal ponto, que não se poupa recursos da merenda escolar, dos remédios para pacientes com doenças crônicas e degenerativas, do combate às endemias, entre tantos desvios. Não são poucos os casos de enriquecimento ilícito com a política, de maneira criminosa e até absurda, conforme fartamente nos mostram no dia a dia os mais diversos meios de comunicação.
A impressão que fica é a de que vivemos em um círculo vicioso, que os políticos podem bem fazer o que querem. Por outro lado, que a população encontra-se adormecida, anestesiada, sem combater tudo isso...
Hoje vemos vereadores eleitos para fiscalizar o executivo não exercendo suas funções; as Câmaras de Vereadores gastando milhões e milhões de recursos, que poderiam ser melhor aplicados, se diretamente em benefício da população; outros milhões vão saindo pelos ralos dos desperdícios e da corrupção, sem controle e fiscalização. Parece até que estamos vivendo na casa da “mãe Joana”, onde cada um por si faz o que quer.
Se pensássemos um pouco mais no coletivo o Estado seria mais organizado; cada um dos poderes cumpriria com mais fidelidade suas atribuições, sem desconsiderar que os recursos públicos devem ser tratados com o máximo de seriedade e rigor, pois resultam do esforço de toda a sociedade. Portanto, esses recursos deveriam retornar em serviços, criteriosamente priorizados, para atender da melhor forma os anseios do povo.
Nessa organização, o Estado, em todos os seus níveis (municipal, estadual e federal), deveria ser enxuto e funcional, para cumprir com fidelidade as suas funções.
Então, salve a iniciativa privada e os cidadãos honestos que pagam seus impostos em dia para sustentar tudo isso!
Pois é, Vagner. É preciso aprender a votar. E como isso é difícil.
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