Há poucos dias o jornal “Folha do Estado de São Paulo” anunciou que José Serra, ex-governador e ex-prefeito de São Paulo, está insatisfeito no PSDB, partido do qual é um dos fundadores. O motivo é que Serra considera-se isolado e preterido, em função da ascensão da candidatura do mineiro Aécio Neves, que ora ganha corpo junto às lideranças tucanas.
Por isto, José Serra e seus aliados pensam inclusive em abandonar o PSDB, para fundar um novo partido. Outra hipótese é ingressar no PPS, onde conta com o apoio de seu presidente, Roberto Freire (PPS-SP), ou juntarem-se para criar uma nova agremiação, para que Serra possa viabilizar sua candidatura à presidente da República nas eleições do próximo ano.
Claramente José Serra ainda alimenta o sonho de chegar à presidência do Brasil, mesmo depois das derrotas de 2002, para Lula da Silva; de 2010, para Dilma Rousseff; de 2012, para Fernando Haddad - para prefeito de São Paulo. Alheio a essas derrotas, Serra parece não reconhecer que não é tão querido nas urnas; que lhe falta empatia. Por isto, aos poucos, vai inclusive perdendo a credibilidade conquistada quando Ministro da Saúde.
Outra que se encontra em franca mobilização para criação de sua própria legenda é a ex-senadora Marina Silva (AC), atualmente sem partido. Dona de mais de 20 milhões de votos nas eleições de 2010, Marina pensa em aglutinar o pessoal insatisfeito no PT, no PSDB e em outros partidos. Marina não quer ser coadjuvante; pensa em ser sempre o cacique. Seu projeto, além do meio ambiente, é claro, é receber doações apenas de pessoas físicas.
Também o sindicalista Paulinho da Força Sindical (SP) articula a criação de seu próprio ninho partidário. Já tem inclusive nome, se chamará Partido da Solidariedade. Mesmo com ridícula votação nas últimas eleições para prefeito de São Paulo e sem qualquer chance de chegar à presidente, Paulinho quer ser o dono da sua trincheira.
E os projetos de criação de partidos não para aí. É a “Farra do Boi” dos políticos. Atualmente são 30 agremiações registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A maioria é de partidos de aluguel, criados para negociatas e para receber o Fundo Partidário, subtraído dos impostos pagos pelos brasileiros.
Em função dessa facilidade de criação de legendas, que alimenta esse sistema nocivo e corrupto, sem qualquer embasamento ideológico, com raríssimas exceções, assistimos a cada eleição o empobrecimento da nossa política, o que é lamentável, por comprometer nosso próprio futuro.
É por este empobrecimento que estamos vendo florescer as candidaturas de Renan Calheiros e de Henrique Eduardo Alves, para a presidência do Senado Federal e da Câmara de Deputados, respectivamente. Ambos com uma vasta folha corrido de serviços prestados em benefício próprio.
Então, qual a expectativa de mudança para melhor alguma coisa no futuro? Infelizmente, fica somente a certeza de que no final do túnel não há luz nenhuma.
Pobre do Brasil. Pobre de nós brasileiros, com nossa pobreza política.
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