As privatizações realizadas durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) contribuíram efetivamente para estabilidade da economia brasileira, haja vista que possibilitou amortecer a nossa dívida interna e diminuir um pouco os dispêndios com juros. Também eliminou o empreguismo, que só beneficiava os apadrinhados políticos, permitindo uma maior eficiência das empresas privatizadas.
Um bom exemplo de sucesso foi o setor de telefonia. Uma linha de telefone fixo, além de escassa, custava uma verdadeira fortuna; sua locação chegava a um salário mínimo por mês em muitas cidades. Poucos também tinham acesso ao celular. Com a privatização e a melhoria da tecnologia, o celular se tornou um produto popular, acessível a todas as classes.
Outro exemplo é a Companhia Vale do Rio Doce, que em pouco tempo depois de privatizada transformou-se em uma das maiores mineradoras do mundo. Atualmente, a Vale é uma das empresas que mais recolhem tributos aos cofres do governo; que mais geram empregos de qualidade no Brasil; que contribuem com o equilíbrio da balança comercial do país, pela expressividade de suas exportações, sem deixar de ser uma empresa brasileira.
Poderíamos citar ainda as transformações das empresas siderúrgicas, tal como da velha Companhia Siderúrgica Nacional – CSN; de distribuidoras e geradoras de energia elétrica e de muitas outras empresas, que se tornaram muito mais eficientes e produtivas, após passarem para o setor privado.
É fato que o governo sempre administrou muito mal essas empresas, ficando inclusive obrigado a realizar subsídios para manutenção de muitas delas, quer pela inoperância ou pelo próprio sucateamento, como foi o caso da Rede Ferroviária Federal.
No entanto, todo o processo de privatização do período de FHC, embora excelente para estabilização da economia do Brasil, conforme se provou mais tarde, foi de dificílima execução, pela resistência das Centrais Sindicais - principalmente da CUT - e dos partidos de esquerda, como o Partido Comunista e seu análogo PCdoB e o PT, com suas correntes mais radicais.
Essa resistência foi tão pesada que disseminou badernas nas ruas, inclusive com quebra-quebras, dilapidação de patrimônios públicos e impedimento do direito de ir e vir dos cidadãos. Logicamente, tudo em função da manutenção do empreguismo e de interesses menores diante da grandeza do Brasil.
Contudo, somente agora, depois de nove anos de governo do PT será aberta uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI, para investigar o processo de privatização. A iniciativa foi do deputado Protógenes Queiroz – PCdoB/SP, que diz basear-se em denúncias do livro “A privataria tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Junior.
Estranhamente, o autor do livro esteve envolvido em escândalo de violação de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB, durante as eleições do ano passado.
Este fato se dá após a demissão sucessiva de seis ministros de Estado, por gravíssimas suspeitas e evidências de malfeitos, tais como desvios de dinheiro público através de ONG’s, de superfaturamento de obras, de corrupção generalizada (e profissionalizada), bem como de outros atos - todos denunciados pela imprensa e que mereceriam ser investigados, inclusive através de CPI.
Temos ainda as “consultorias” de Fernando Pimentel - ministro petista do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, blindado pelo governo -, que até agora não apresentou explicações convincentes; somente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais recebeu R$ 1 milhão.
Então, como os leitores desta coluna são pessoas informadas e inteligentes, não façamos qualquer conjectura do fato, mas apenas uma pergunta, para que possam chegar às suas próprias conclusões: O que vai por detrás dos panos?
Embora tudo isto, vale um Feliz Natal aos leitores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário