O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano ficará muito abaixo das previsões iniciais do governo. O Banco Central (BC), após a divulgação de que no mês de outubro, a nossa economia retraiu em 0,32%, estima agora um crescimento menor que 3% para 2011; muito menos que os 5% previstos por Guido Mantega, ministro da Fazenda, no início do ano.
Desenvolvimentista, a presidenta Dilma Rousseff tem demonstrado em suas entrevistas uma grande decepção quando fala do PIB. Os números até aqui são imperativos e nada animadores. Por contradição, a realidade tem se mostrado diferente das projeções ultraotimistas de Guido Mantega - certamente para fazer política e enfeitar o país naquilo que ele não é.
É absolutamente transparente que o Brasil nos últimos anos vem adiando a tomada de decisões para que o nosso crescimento possa se tornar autosustentado. A ineficiência do governo é latente; são muitos obstáculos a serem superados. Em muitos casos parece que andamos sempre na contramão.
Nossa carga tributária - maior que 35% do PIB -, por exemplo, é um obstáculo enorme. Mas para o aparelhamento da máquina do governo, temos atualmente um executivo com mais de 40 ministérios e quase 25 mil cargos públicos de comissão; um legislativo cheio de mazelas, inchado e extremamente caro; uma justiça morosa, com suas caixas pretas.
Além da ineficiência da máquina pública, com excesso de burocracia, convivemos ainda com um enorme nível de corrupção. O problema é tão grave que o Fórum Global de Competitividade classificou o Brasil em 136º em ineficiência dos gastos do governo e em 142º, quando analisa o ambiente regulatório. Uma vergonha!
Contudo, para fazer frente aos enormes gastos do governo, a arrecadação sempre é crescente, o que penaliza o consumo das pessoas e o crescimento das empresas, da mesma forma que também corrobora com a diminuição da competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.
Temos ainda um sistema de educação sem qualidade, principalmente a do ensino público, que impede a formação de mão de obra qualificada, e enormes problemas de infraestrutura, sobretudo na área de transportes.
Os problemas são tantos que para o próximo ano há previsões de crescimento para abaixo de 3%, embora o ministro Guido Mantega ainda fale que deverá ser 4,5 a 5,0 %.
Espera-se que a presidenta Dilma Rousseff possa empreender em 2012 uma reforma administrativa do governo, inclusive com diminuição no número de cargos comissionados e de ministérios. Outras medidas urgentes são as reformas políticas e tributárias. No entanto, estas reformas carecem de pressão da sociedade civil organizada.
Assim, não podemos esperar que possamos crescer 7,5% ao ano, conforme em 2010. No ano passado, nosso crescimento foi atípico, uma vez que o ex-presidente Lula da Silva não mediu esforços para a eleição da presidenta Dilma. Chegou a hora da presidenta realizar as reformas necessárias, uma vez que somente com crescimento poderemos continuar aumentado o nível do emprego e da renda.
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