Diante do fraco desempenho da
economia brasileira, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, já admite que o
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano será inferior à previsão
oficial do governo, que atualmente é de 2,5%. Desta forma, o ministro reconhece
que a greve de 11 dias dos caminhoneiros, ocorrida no mês passado, também
influenciará no crescimento do País, da forma como tem previsto os principais
agentes do mercado financeiro.
Segundo o boletim “Focus” do Banco
Central, que reúne semanalmente a previsão dos principais indicadores
econômicos, realizada pelos agentes do mercado, o crescimento do PIB para este
ano foi estimado em 1,76%, nesta semana. Esta é a segunda vez consecutiva no ano que o
mercado aponta a previsão do PIB abaixo de 2,0%. Todavia, pela sétima semana
seguida este indicador tem apresentado tendência de queda. Há um mês a
estimativa de crescimento estava na ordem de 2,51%. Daí que vários economistas
já prevêem um PIB pouco acima de 1,0% para 2018.
Entretanto, o principal problema para
o baixo crescimento do país não pode ser debitado à greve dos caminhoneiros,
mas sim ao desequilíbrio fiscal brasileiro, agravado durante os governos
petistas. Contudo, o Brasil continua gastando muito mais do que arrecada e
nunca sobra um centavo sequer para cobrir os gastos com juros. Parece que
estamos condenados a continuar a pagar o preço das gastanças do passado.
Uma das causas do déficit primário é
o elevado déficit da previdência social, principalmente do setor público. Cerca
1,0 milhão de aposentadorias de ex-servidores do governo federal é responsável
por um terço do déficit da previdência. Isto corrobora para que o governo seja
obrigado a captar recursos para rolagem da dívida, que poderiam ser aplicados
em investimentos e na geração de empregos. Soma-se a isto os altos salários da
ativa, que em muitos casos superam o limite Constitucional.
Pela Constituição Federal o maior
salário ou aposentadoria não poderia ultrapassar ao do ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF), que atualmente é de R$ 33,7 mil. No entanto, somando os
penduricalhos criados para aumentar os próprios salários, muitas categorias
chegam a ganhar verdadeiros absurdos, destoantes completamente da iniciativa
privada.
Essas categorias, que integram os
três poderes da República – Legislativo, Executivo e Judiciário – não estão nem
aí para o Brasil, visto que em todas as reformas se voltam contra qualquer
mudança, formando fortes lobby’s para manutenção dos privilégios. Ninguém quer
perder! E comumente ainda utiliza o
setor privado como escudo, jogando-o contra o governo.
Nenhum lugar no mundo contempla
determinadas categorias de servidores públicos de forma tão benevolente como o
Brasil. A previdência social não foi feita para pagar altas remunerações a
minorias, mas para garantir a sobrevivência do aposentado em condições de
dignidade. E, por mais plangente, isto amplia ainda mais a desigualdade em
nosso país.
Desta forma, a primeira coisa a fazer
para gerar investimentos e criar empregos é o setor público controlar as suas
contas, inclusive estabelecendo novos critérios para remuneração e
aposentadoria dos servidores públicos. Não há mágica ou outra alquimia para
fazer um país crescer de forma perene e duradoura. O Estado brasileiro
necessita de uma nova ordem!
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