A
rejeição pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do habeas corpus impetrado pela
defesa do ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) para barrar a sua prisão não põe
um ponto final nas tentativas das oligarquias de enterrar definitivamente a
Operação Lava Jato. O fato é que essas oligarquias, encravadas no seio do poder
por grupos poderosos de políticos, empresários e agentes públicos (não
excluindo aí certos membros do Judiciário), continuam a lutar em surdina, e com
peles alvas de cordeiros, para que a impunidade prevaleça sem poupar a
roubalheira do Estado.
Uma
excelente demonstração dessa trama foi dada pelo ministro Gilmar Mendes antes
de seu retorno de Portugal para proferir seu voto no STF. O ministro disse
claramente que “está protegendo aquele que está ficando irritado porque o
desmando do poder em dado momento vai atingir também àquelas pessoas que antes
torciam para a prisão de A, mas depois vem a de B, o C. Claro que A é o
ex-presidente Lula da Silva; o B e o C são todos os outros os quais tenta proteger,
tal como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), entre outros amigos.
O
ministro disse ainda que “ter um ex-presidente da República, um asset como o
Lula, condenado é muito negativo para o Brasil". Daí que venha ganhando nos
últimos meses a admiração e os aplausos calorosos do PT. Contudo, qualquer
pessoa de razoável inteligência sabe, à luz da razão, que a prisão de criminosos,
inclusive de Lula da Silva, sempre é um excelente exemplo para conter o crime.
Também, ao contrário do que tem apregoado o ministro, é muito bom para melhorar
a imagem do Brasil, tão ofuscada lá fora.
Mas, as
punições da forma como se viu no MENSALÃO, no PETROLÃO e em todos os
desdobramentos da Operação Lava Jato não bastaram para conter a criminalidade
do colarinho branco. A corrupção continua a correr solta, conforme se vê no dia
a dia nas páginas manchadas dos jornais. Essa turma parece não ter limite! E
nem o presidente da República, sua “excelência” Michel Temer (MDB-SP), mesmo
com toda sua desfaçatez, consegue continuar enganando.
O
círculo é vicioso, tal como afirmou o ministro Luiz Roberto Barroso, na última
segunda-feira durante o Fórum da ONU de Segurança Humana, em São Paulo. Ou
seja: o agente político indica o dirigente de ministério ou empresa estatal com
metas de desvio de dinheiro. O dirigente da empresa estatal contrata por
licitação fraudada a empresa parceira no esquema de desvio de dinheiro. A
empresa parceira superfatura os preços para gerar o excedente de caixa que é
distribuído para o agente político que nomeou o dirigente estatal e seus
correligionários.
E quem
invariavelmente sai perdendo é o Brasil e seu povo!
Chama a
atenção que essa oligarquia não demonstra a mínima compaixão, nem mesmo com as
novas gerações que formarão o exército de analfabetos funcionais do amanhã. Daí
que é importante a reação da sociedade, para que possamos ter um Brasil melhor
e mais justo, pelo menos para as próximas gerações. Por isto, não podemos nos
acomodar ante aos poderosos que comprometem o desenvolvimento econômico, social
e humano do País em função da mesquinhez e do egoísmo próprios.
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