O furo de reportagem do jornalista Lauro
Jardim, de “O Globo”, caiu feito uma bomba em Brasília, detonando as delações
premiadas dos irmãos Joesley e Wesley Batistas, acionistas majoritários do
holding J&F, controlador do grupo JBS/Friboi, e mais cinco executivos do
grupo. Esperava-se que a Operação Lava Jato tivesse contido as falcatruas em
Brasília, mas as delações à Procuradoria Geral da República (PGR), realizadas
no mês passado, acabaram por levar para o epicentro da explosão ninguém mais
que o presidente Michel Temer (PMDB-SP).
O ato do presidente da República aquiescer o
pagamento de mesadas para calar o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o
operador de propina Lúcio Funaro o colocou em uma posição horrível. Comprovadas as denúncias, o presidente perde
a governabilidade para conduzir o País. Só lhe restará a renúncia! Este é mais
um golpe para nação, tanto pelo momento importante que passamos com as reformas
em curso, como também pelo início da retomada do crescimento, depois da mais
grave crise econômica de nossa história republicana, herdada dos governos
petistas.
As gravações em vídeo da Polícia Federal (PF)
do deputado Rodrigo Rocha de Loures (PMDB-PR) recebendo propina do holding
J&F para facilitar negócio na área de fornecimento de gás natural, junto ao
Conselho de Administração de Defesa Econômica (CADE), são fatais para o
presidente. O deputado Rocha Loudes é
pessoa de seu círculo intimo, inclusive já ocupou o cargo de assessor do
Gabinete Especial da Presidência da República, antes de nomeado deputado
federal em substituição ao atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio
(PMDB-PR).
Quanto à situação do senador afastado Aécio
Neves (PSDB-MG), que já era bastante complicada pelo descrédito crescente,
agora se tornou ainda pior, depois da prisão de sua irmã, de um primo e de um
assessor. Já a do professor Guido Mantega (PT-SP) - longevo ex-ministro da
Fazenda nos governos de Lula da Silva (PT-SP) e de Dilma Rousseff (PT-RS) –
torna-se bastante complicada, por comprovar o uso do Ministério da Fazenda e do
BNDES em benefício do Partido dos Trabalhadores.
Mesmo assim, a trupe petista na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal comemorou efusivamente a crise que perpetrou
sobre o governo de Michel Temer. Quanto pior, melhor! Mal o noticiário chegou
ao portal de “O Globo” o discurso uníssono foi o da aprovação de Emenda
Constitucional para eleição imediata do novo presidente da República. Desta
forma, o ex-presidente Lula da Silva ganharia fórum privilegiado e estaria
pronto para executar a guinada à esquerda, aos moldes da Venezuela, conforme
ele próprio já anunciou.
Contudo, até agora, já são cinco os processos
na Justiça Federal em que o ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) é réu. E, com
as últimas delações premiadas, continuam a surgir novas denúncias, de forma que
dificilmente deixarão da aparecer mais alguns processos contra ele. O próprio
depoimento do ex-presidente ao Juiz Sergio Moro em Curitiba levou a Força
Tarefa da Operação Lava Jato a estudar a abertura de inquérito por obstrução à
Justiça. Há também muitas contradições que serão consideradas.
O que não se pode deixar de alertar é que o
ex-presidente e a trupe petista têm ligação visceral com a JBS/Friboi. Também,
que pela Constituição Federal, passado dos anos da posse do presidente ou do
vice afastados, a escolha do novo presidente da República e seu vice se dará
por eleições indiretas, via Congresso Nacional.
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