No início do mês de março de 2013, na cidade
de João Pessoa – Paraíba, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT-RS) anunciou em
alto e bom som: podemos fazer o diabo quando é hora de eleição. Naquela
ocasião, ela percorria o Brasil em sua pré-campanha para as eleições de 2014,
mesmo vedada por lei. E, sem qualquer escrúpulo, assim foi feito! A
ex-presidente passou a vender aos brasileiros um país sem problemas, em
consonância com o projeto lulopetista de não deixar o poder.
Ainda em 2013 a ex-presidente utilizou-se de
uma cadeia nacional de rádio e televisão, em horário nobre, para comunicar a
redução nas contas de energia elétrica. O desconto médio para os consumidores
residenciais foi anunciado em 20,2%; o mínimo, na ordem de 18,0%. Para os
consumidores de alta tensão, o governo fixou uma redução de 32,0%. A variação
dos descontos ficava atrelada à antecipação da renovação dos contratos com as
concessionárias de transmissão e geração de energia.
Passadas as eleições de 2014, não tardou para
que os consumidores fossem surpreendidos, naquele mesmo ano, pelo aumento médio
nas tarifas de 17,06%. Em 2015, para corrigir o déficit gerado pela defasagem
nos preços das geradoras e fazer frente a necessidade de utilização de usinas termoelétricas,
pelo período de seca, a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL -
autorizou aumentos superiores a 50%. Isto não só anulou os descontos
anteriormente concedidos, como provocou aumentos reais nas tarifas da energia,
em todo Brasil.
Agora, no início de 2017, mesmo depois dos
pesados reajustes aprovados pela ANEEL em 2015, novamente o consumidor é
surpreendido pelo anúncio de um novo aumento. A justificativa é a de indenizar
as empresas transmissoras, no montante de R$ 62,2 bilhões, pelos prejuízos
acumulados após a decisão presidencial de 2013, certamente movida pelo diabo
para ganhar as eleições de 2014.
Quem irá arcar com mais essa fatura, é
lógico, mais uma vez será o consumidor final. O aumento médio previsto para as
transmissoras será na ordem de 7,17%. A previsão é de um novo aumento real para
todos os consumidores finais, que se estenderá do próximo mês de julho até o
ano de 2025.
Nada pior na direção da economia que a
intromissão exacerbada e incompetente dos governos sobre os agentes que regulam
os preços do mercado. Forma-se uma panela de pressão pronta para explodir uma
crise! E, pior ainda, quando a intromissão é associada a interesses mesquinhos
e à corrupção.
No entanto, os mesmos que levaram o Brasil à
atual crise agora se fantasiam de “santos”, como faz a senadora Gleisi Hoffmann
(PT-PR) ao dizer que o PT não foge ao dever de apontar saídas para crise
econômica e social que se abate sobre o Brasil, uma vez que nós temos
propostas, até porque já governamos este país e sabemos o que é preciso
oferecer... Como se vê, os mesmos que levaram o país para o fundo do poço
voltam-se agora como os salvadores da pátria.
Então, que cada brasileiro fique muito
atento, pois há muito político solto vendendo gato por lebre.