sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Baixo mundo doentio dos corruptos

Apenas a título de comparação, pode-se dizer que a corrupção está para a sociedade assim como uma grave doença infectocontagiosa está para o corpo humano, pela capacidade de ambas em realizar, cada qual em seu universo, imensuráveis estragos. O ponto distinto dessa comparação é que os agravos das doenças infectocontagiosas geralmente são transmitidos por agentes patogênicos, como vírus e bactérias, enquanto os agentes maléficos que transmitem a corrupção, seja ela ativa ou passiva, são conhecidos pelo nome de corruptos e corruptores.
Tal como as doenças infectocontagiosas agravadas, quando necessitam de antibióticos de largo espectro para derrotar seus agentes patogênicos, a corrupção é um mal que também precisa de fortes doses de remédio para desarmá-la, pela destruição que promove em todo o corpo da sociedade. Seus agravos podem ser facilmente diagnosticados, através de uma simples observação da realidade da segurança pública, da qualidade do sistema de educação, dos serviços de saúde que são ofertados à população, entre tantas outras competências dos serviços públicos e mesmo na iniciativa privada.
Tanto os corruptos como os corruptores subtraem da sociedade os seus valores mais nobres, além de dilapidar a esperança no futuro. Suas ambições são sempre desmedidas e, por esta razão, devoram sem qualquer escrúpulo ou pudor os recursos que deveriam ser aplicados em benefício de todos. Com a educação de qualidade teríamos maior mobilidade e inclusão sociais, bem como diminuição nos elevados indicadores da criminalidade, que já extrapolam o controle público; com um sistema de saúde eficaz, teríamos cidadãos mais sadios, produtivos e felizes; etc... etc...
Mas os corruptos e os corruptores não estão nem aí para os estragos que fazem, tal como um vírus ou uma bactéria no corpo humano. O que lhes interessa é o ganho imediato, sem limites, para abastar a ostentação e a ânsia de poder - um modo de vida pequeno e mesquinho. Neste aspecto, todos eles são iguais em incompetência, pois lhes faltam criatividade e sabedoria para desenvolver um trabalho produtivo e honesto de modo a prover o próprio sustento, da forma como procedem as pessoas de bem, de caráter evoluído, que aprenderam a pensar com sabedoria.
Felizmente, conforme demonstraram inúmeras manifestações, de verde e amarelo que tomaram as ruas depois de 2013, a maioria dos brasileiros hoje sonha com um país melhor para todos, sem corrupção. Daí a aprovação quase que por unanimidade da Operação Lava Jato e seus desdobramentos. Não por outra razão, o lado maiúsculo da Justiça Federal, do Ministério Público e da Polícia Federal foi fortalecido.
O brasileiro também passou a ter maior percepção sobre a corrupção no país, conforme demonstra o último relatório divulgado pela Organização não Governamental (ONG) Transparência Internacional, relativo ao ano de 2016. O Brasil situa-se agora na 79ª posição entre 176 países, no ranking sobre a percepção da corrupção no mundo. Na América do Sul o país com a maior percepção de corrupto é a Venezuela do falecido Hugo Chávez e do atual ditador Nicolas Maduro, fiéis amigos de nossos ex-presidentes Lula da Silva (PT-SP) e Dilma Rousseff (PT-RS).
Entre os menos corruptos estão Nova Zelândia, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Suíça, Noruega, Cingapura, Holanda, Canadá e Alemanha. Esses países são exemplos de que o desenvolvimento humano e social não são impossíveis. A sociedade é que tem que estar atenta, de olho vivo, pois este é o antídoto para a doença que contamina os corruptos e corruptores. Neste aspecto, a Lava Jato é um alento para todos nós brasileiros, afinal alguma coisa está sendo feita.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

No fim do túnel tem uma luz, mas também uma pedreira


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O Forum Econômico Mundial de Davos, realizado anualmente na pequena cidade de Davos, na Suíça, é o mais importante encontro de líderes mundiais na área da economia. Em Davos reúnem-se ministros da Fazenda ou da Economia, presidentes de Bancos Centrais, grandes investidores e empresários de vários setores - principalmente do segmento financeiro -, Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, entre outros organismos que influenciam diretamente o destino do planeta.

Nos últimos anos o Brasil andava sumido de Davos, em razão do descrédito a que chegou a nossa economia. Descontrole na política fiscal, aumento do endividamento interno e externo, recrudescimento da inflação, excesso de protecionismo, entre tantos outros indicadores adversos geraram uma desconfiança imensa do país lá fora. O mundo passou a ver que o crescimento do Brasil na era petista não estava pavimentado em políticas consolidadas, mas no populismo.

A desastrada política econômica, ancorada na bandalheira que nos foi mostrada até aqui pela Operação Lava Jato, reflete ainda, no dia a dia, sobre todos nós. A maior comprovação está no elevado número de desempregados e na diminuição na renda. Os estragos foram enormes, de modo que é impossível desfazê-los em curto prazo, da noite para o dia. Todavia, as medidas corretivas estão sendo implementadas de modo a retomar a credibilidade na economia e no governo.  

Segundo dados publicados na última terça-feira pela Organização das Nações Unidas (ONU), em seu último informe anual, o crescimento previsto para o Brasil, neste ano, será de 0,6%, um pouco maior do que a previsão oficial do Banco Central, que é de 0,5%. Tal indicador é o pior entre os países do G-20. Só não será pior do que o Equador, Guiné Equatorial, Síria, Trinidad e Tobago e Venezuela, que atualmente passam por problemas internos ainda maiores que o nosso.

A situação do Brasil, entretanto, já começa a apresentar sinais inequívocos de melhora. Alguns indicadores são a volta da inflação para o centro da meta (4,5% ao ano), a tendência de queda nas taxas de juros, a aprovação da Emenda Constitucional nº 95 - que limita a elevação dos gastos públicos acima da inflação, por vinte anos - e a proposta de mudança na previdência social.

Por este motivo, as medidas executadas pela equipe econômica do governo de Michel Temer (PMDB-SP) mostraram-se como uma grata surpresa no Forum Econômico Mundial de Davos.  Segundo técnicos da ONU “a recessão no Brasil pode ter sido superada, depois de uma forte queda de produção em 2015 e 2016... A incerteza política no Brasil caiu e os fundamentos para um programa de gerenciamento macro foi introduzido”.

O que pode atrapalhar a recuperação que se avizinha é a morosidade e a política demagógica e mesquinha, que apequena com seu fisiologismo o Congresso Nacional. Da oposição do PT e dos demais partidos da esquerda não podemos esperar nada. Estes, depois de sistematizarem a roubalheira e destruírem o Brasil agora sonham em retornar ao poder. Para eles, quanto pior, melhor! 















quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Venezuela - Um futuro sombrio

A Venezuela, um dos maiores produtores de petróleo no mundo, chegou ao fundo do poço, depois de 17 anos de governos “bolivarianistas”, ou socialismo do século XXI, conforme gostava de nominar o ex-presidente Hugo Chávez (1954-2013) ao sistema de governo introduzido por ele em 1999. Carismático e populista, antes de falecer prematuramente, em 2013, escolheu a dedo como sucessor o seu vice-presidente e um dos mais fieis escudeiros: o sindicalista Nicolás Maduro.
Enquanto o preço do petróleo transitava lá em cima, nas nuvens, os socialistas bolivarianos vangloriavam-se em reduzir a pobreza na Venezuela, de 50% para pouco mais de 25% da população. O sucesso do governo era sempre atribuído a “competência” de Hugo Chávez e ao sistema. Assim, a bonança no valor das commodities foi sendo negligenciada como se fosse eterna, ao mesmo tempo em que o mercado tornava-se secundário frente ao Estado.
Com a alteração do humor no mercado mundial os preços das commodities despencaram, e da noite para o dia a Venezuela passou a enfrentar uma nova realidade: falta de alimentos, de produtos de higiene e limpeza, de medicamentos, de energia elétrica, entre tantos outros itens básicos. Paralelamente a inflação disparou, diminuindo o poder de compra da população, principalmente dos mais pobres.
Para atenuar essa situação, no último dia 7 de janeiro o presidente Nicolás Maduro concedeu um novo aumento para o salário mínimo (SM), na ordem de 50%. Isto elevou o salário mínimo na Venezuela para 40.638 bolívares, o que equivale a aproximadamente 12 dólares ou cerca de R$ 38,00.
Os problemas políticos, sociais e econômicos da Venezuela, segundo Nicolás Maduro e seus partidários, são decorrentes da “ganância dos empresários”, da “ultra-direita oposicionista”, da “elite golpista”, da imprensa - nos últimos anos a imprensa livre e independente foi severamente tolhida - entre tantos outros jargões conhecidos dos brasileiros.
Não obstante à crise, os venezuelanos ainda perderam o direito de escolher seus governantes, ao ver esgotar a possibilidade de um plebiscito revogatório – princípio Constitucional adotado na Venezuela, que dá ao povo o poder de trocar o governante. E a Casa do Povo, o Congresso, foi colocada à margem do poder, tal como se não existisse, enquanto a Suprema Corte totalmente aparelhada por “chavistas”.
Desta forma, Maduro se impõe cada vez mais como um ditador radical, perseguindo tenazmente seus opositores, inclusive mantendo dezenas de presos políticos. Esta semana, para inibir ainda mais a oposição, acabou por criar um “Comitê de Defesa da Revolução”, ao modelo de Cuba, para intensificar a repressão aos seus desafetos.
Independente das riquezas da Venezuela, o país vai se tornando um dos mais pobres e de maior violência no mundo. Segundo o Observatório Venezuelano da Violência, no ano passado foram contabilizados 28.479 homicídios - uma morte violenta a cada 18 minutos. A pensar que este é o país que “tem democracia em excesso”, conforme afirmação de nosso ex-presidente Lula da Silva (PT-SP), há que questionar: - Em que mundo estamos?

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Desastre anunciado

O ano de 2017 começou com mais de 12,1 milhões de brasileiros desempregados, de acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ao final do ano passado. Tal número, entretanto, reflete apenas a quantidade de pessoas que estavam em busca de emprego nos últimos 30 dias antes da pesquisa, pelos critérios utilizados na estatística oficial, iniciada em 2012 durante o governo do PT.

A metodologia da PNAD Contínua não considera como desempregados os que recebem o Bolsa Família ou o Seguro Desemprego, por considerar que esses beneficiários dos programas sociais do governo estão no grupo dos chamados “desalentados”. Pelo IBGE o grupo dos “desalentados” é aquele cujas pessoas perderam o emprego e desistiram de procurar uma nova colocação, mesmo que temporariamente. Outro absurdo é que o subemprego também não é computado, nem que a pessoa tenha trabalhado apenas um dia no mês, recebendo por isto uma ínfima quantia.

É fácil de concluir, portanto, que os dados da PNAD Contínua não refletem a realidade, pois se trata de uma metodologia que mascara, escancaradamente, o verdadeiro número de brasileiros que se encontram desempregados. O próprio IBGE reconhece que até o mês de outubro havia no Brasil pelo menos 22,7 milhões de pessoas em idade produtiva, mas que estavam sem trabalho ou subempregadas, devido à recessão que vem encolhendo há tempo a nossa economia.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), os mais atingidos pelo desemprego são os jovens na faixa etária entre 14 e 24 anos.  Nessa faixa etária o desemprego já ultrapassa a 28%. Outro grupo igualmente afetado é o dos trabalhadores com ensino médio incompleto, ao qual chega à casa dos 22%. E em todas as faixas etárias o desemprego deverá continuar subindo, pelo menos até o final do primeiro semestre deste ano, de acordo com previsão de renomados analistas.

A equipe econômica do governo de transição do presidente Michel Temer (PMDB-SP) tem tomado as medidas possíveis, de modo a conter a sangria do crescimento dos gastos públicos e viabilizar a retomada do crescimento econômico. Contudo, não há mágica quando se trata de economia. Os resultados não são imediatos, principalmente quando se vivencia uma crise tão profunda, como a legada pelos governos petistas após 13 anos e alguns meses no poder. 

A crise atual é tão profunda e perversa para o trabalhador brasileiro que os salários médios reais no país vêm caindo, mês a mês, aceleradamente. No ano de 2015 a média dos salários reais caiu 3,7%, enquanto em 2016 a previsão é de 6,2% de queda, de acordo com estudos da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A previsão para 2017 também não é em nada diferente, pois dificilmente haverá qualquer recuperação no valor real dos salários.

Espera-se que desta crise fique o ensinamento básico de que nenhum governo deve gastar além do que arrecada. No passado recente a Lei de Responsabilidade Fiscal, introduzida na gestão do ministro da Fazenda Pedro Malan, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP), foi um bom exemplo. Neste sentido, deveríamos continuar avançando, mas retrocedemos. E muito! O grande problema a ser evitado são os políticos populistas, que não sobrevivem sem a gastança e a demagogia.