Nos casos de impedimento do presidente da República o primeiro substituto legal é o vice-presidente. A questão do “golpe”, tão difundida pelo PT e seus aliados, prestou-se apenas a unificar o discurso político e jogar uma penumbra sobre o crime de responsabilidade cometido pela ex-presidente. A estratégia era confundir a opinião pública, sobretudo os mais desinformados, já que o processo contou com amplo amparo do Supremo Tribunal Federal (STF).
Não se deve esquecer, entretanto, que muitos dos políticos que hoje dão sustentação ao presidente Michel Temer (PMDB-SP), ontem faziam parte da base aliada dos governos lulopetista. Até então, nunca se havia observado uma base tão heterogênea, que transitava desde a esquerda mais radical e retrógada à direita conservadora e também corrupta, muito bem simbolizada por Paulo Maluff. A exceção resumia-se a uma tímida oposição do DEM, PPS e PSDB.
A união de forças tão antagônicas só foi possível por um único fim, nada nobre: o fisiologismo. É de se convir, portanto, que a atual base política do presidente Temer ainda guarda como resquícios os mesmos traços indeléveis da desastrosa política quando aliada ao PT. Por conseguinte, poucos são os deputados e senadores que se preocupam com os problemas reais do país. A prioridade da maioria fica sempre restrita ao corporativismo e aos interesses individuais e de grupo.
Gravíssima demonstração dessa indiferença com o Brasil foi dada pela Câmara dos Deputados, ao desfigurar as dez medidas propostas pelo Ministério Público Federal para o combate à corrupção, que contou com 2,0 milhões de assinaturas populares. Por ampla maioria, as emendas apresentadas foram aprovadas, na calada da noite, com o fim de proteger corruptos e amordaçar a Justiça. O PT se uniu em peso aos seus velhos aliados sem o mínimo constrangimento.
São esses mesmos políticos que alimentaram no passado recente a atual crise econômica e financeira pela qual passa o Brasil; são os mesmos que deixaram a nosso sistema de educação entre os piores do mundo. Uns continuam no governo, sem eximir o presidente Temer, outros agora estão na oposição defendendo o ideário do “quanto pior melhor”.
Contudo, o Brasil mudou e hoje clama por reformas profundas na saúde, na educação, na segurança e nos demais serviços públicos. Ninguém mais aceita os escandalosos salários que extrapolam os limites da Constituição da República, nem as mazelas e os privilégios que rondam o poder público. O projeto de perpetuação no poder do PT, a Operação Lava Jato e as dimensões da corrupção no Brasil abriram os olhos dos brasileiros.
O modelo da política da enganação e da mentira esgotou-se! As redes sociais mostram a cada instante que os brasileiros querem os Renans Calheiros (PMDB-AL) na cadeia. É lamentável, mas quando a classe política abdica de realizar uma política maiúscula, perde também a oportunidade de conquistar o apoio massivo da população.
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