Dissimulado,
o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), retardou por
mais uma semana a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito - CPMI,
para investigar os escândalos que rondam a Petrobras. Foi feita assim a vontade
do Palácio do Planalto, que tudo tem feito para que nada seja investigado; que a
sujeira, mais uma vez, seja jogada para debaixo do tapete.
O
governo petista teme a instalação da CPMI devido à dissidência da Câmara dos
Deputados. Prefere, então, a Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI do Senado
Federal, já batizada de “CPI chapa branca”, porque no Senado está tudo sob
controle, prontinho para acabar em pizza. O relator, José Pimentel (PT-CE), e o
presidente, Vital do Rêgo (PMDB-PB), foram escolhidos a dedo. A oposição ficou
sem número e sem voz.
Mas,
segundo afirmação do juiz federal Sergio Fernando Moro, da Justiça Federal do
Paraná, há “uma organização criminosa no seio da estatal”. Esta organização
trabalhava em sintonia com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal
durante a Operação Lava Jato, junto com o ex-diretor da Petrobras, Paulo
Roberto Costa, solto esta semana depois de uma decisão monocrática do ministro
Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal – STF.
O
ex-diretor Paulo Roberto Costa era indicado dos senadores Renan Calheiros e
Delcídio do Amaral (PT-GO). Depois que Paulo Roberto foi pego em casa com
milhares de dólares, euros e reais, e, posteriormente, familiares seus foram
flagrados pala PF destruindo provas, ambos passaram a fugir dessa paternidade.
Ninguém
é ingênuo ao ponto de achar normal a guarda de dinheiro (milhões) dentro casa.
Também não pode ser normal o prejuízo bilionário na compra da refinaria de Pasadena,
nos Estados Unidos.
Há,
ainda, outros fatos sob suspeição: as centenas de aditivos que elevaram o custo
da refinaria Abreu Lima em Pernambuco, de US$ 2,0 bilhões para US$ 18,0
bilhões; as obras bilionárias do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, no
município de Itaboraí; denúncias de corrupção de altos funcionários na locação
de plataformas marítimas da empresa SBM Offshore, da Holanda.
Outro
fato alarmante é o endividamento da Companhia nos últimos anos. Segundo
relatório do Bank of America Merril Lynch “a dívida da Petrobras cresceu
rapidamente”, de forma que ela é hoje a empresa mais endividada do mundo. Em
agosto de 2013, conforme balanço apresentado pela estatal, o montante da dívida
chegava a R$ 176,3 bilhões.
É
por este endividamento que articulistas do jornal Financial Times atribuem ao intervencionismo
do governo brasileiro estar transformando a Petrobras “numa bomba relógio que
pode explodir a qualquer tempo”. Há inclusive analistas que apontam a
possibilidade de falência, caso mantida a progressão do endividamento. Não é à
toa, portanto, que as ações da companhia tenham caído de valor (hoje valem
menos que a metade que há alguns anos), causando imensos prejuízos aos
acionistas.
Pode-se
concluir que a caixa preta da Petrobras na era petista teria muito a ser
investigada. Diretores, funcionários, empresas, doleiros e políticos. De
políticos se chegaria a muito que os deputados André Vargas (ex PT-PR), Cândido
Vacarezza (PT-SP) e Luiz Argolo (SDD-BA), os que apareceram até agora nas
investigações da PF, envolvidos com o doleiro Alberto Yousseff.
Hoje
o governo petista e seus aliados articulam pelo silêncio, esperando a chegada
da Copa do Mundo. Aproveitam, ainda, para massacrar o brasileiro de
propagandas: BNDES, Petrobras, Caixa Econômica, Banco do Brasil, etc... Tudo
tem que parecer perfeito e em ordem. E como estamos no período pré- eleitoral
tudo de mau é culpa da imprensa e da oposição golpistas.
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