O
ex-presidente Lula da Silva, quando questionado sobre o lançamento antecipado
da candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição, disse que o fim era
tirá-lo do foco, dado a insistência de inúmeros aliados por sua candidatura.
Tivemos então o processo eleitoral antecipado, em um momento que o país e o
mundo passam por problemas econômicos de absoluta relevância, que precisam ser
enfrentados.
Em
contrapartida, na quarta-feira a presidente Dilma Rousseff disse que a inflação
e as contas públicas estão controladas, tentando fazer crer que a situação
brasileira é confortável, mesmo diante de tantos indicadores desfavoráveis. É
que em campanha a presidente não mede esforço para manter a popularidade.
Então, infla os discursos, recheando-os de anúncios de mais gastos públicos e
de ataques a todos que discordem de seu governo, como “dona” da verdade.
Nos últimos
dias, todavia, a agência internacional Standard & Poor’s elevou o grau de
risco do Brasil, aumentando a desconfiança dos investidores internacionais sobre
a capacidade do Brasil enfrentar a crise. Desde maio o “risco Brasil” não parou
de crescer; subiu 40%, principalmente pelo baixo crescimento do PIB e do
aumento da dívida bruta.
O baixo
crescimento do Brasil, durante o governo de Dilma Rousseff, é uma realidade. Em
2011 o PIB cresceu 2,7%; em 2012, apenas 0,9%; as estimativas para este ano são
de 2,5%, com viés de baixa.
O valor da
dívida bruta triplicou nos últimos 10 anos, saltando para mais de R$ 3,0
trilhões, montante superior a 65% do PIB nacional, muito acima da média das
nações emergentes, que é de 35% do PIB.
Estes
números são realidade, não é “terrorismo”, como nos quer fazer crer a
presidente Dilma Rousseff e os “formadores de opinião” de seu partido. As
agências de classificação de risco sempre se baseiam em dados reais.
No plano
interno não são poucos os economistas que estão alertando para o perigo do
descontrole da economia. O economista Mário Garcia, da PUC-RJ, diz que “a luz
amarela foi acesa”, quando se observa a questão fiscal, a inflação e o balanço
de pagamentos. Observa, ainda, para o perigo da maquiagem das contas públicas,
conforme vem fazendo o governo para aumentar o superávit primário, pelo dano
que traz à credibilidade.
Também são
dados reais: que os incentivos fiscais concedidos pelo governo não vem dando os
resultados esperados; que a inflação está acima da meta; que neste ano
acumulamos até o mês passado um déficit de US$ 5,4 bilhões na balança comercial
- o maior da história; que a classe emergente encontra-se endividada, sem poder
de consumo.
Poderíamos
acrescentar ainda o processo de desindustrialização do país, o inchado da
máquina pública com 39 ministérios, a falta de investimentos – principalmente
em infraestrutura, o excesso de intervenção na economia, o assalto ao FGTS do
trabalhador, para o custeio do “Minha Casa, Minha Vida”, entre outros
questionamentos, sem entrar no mérito da qualidade da educação e da saúde.
Mas, citamos
apenas outro dado importante que mostra a situação do Brasil comparado a outros
países: o grau de abertura da nossa economia. De acordo com a Câmara
Internacional do Comércio ocupamos a 67ª posição em um ranking de 75 países.
Nesse ponto estamos na pior posição entre as 20 maiores economias do mundo e
atrás da África do Sul, China, índia e Rússia, demais países entre os Brins.
Com discurso
podemos até acabar com a miséria e mudar a nossa colocação entre os piores
indicadores do Desenvolvimento Humano. Contudo, nenhum processo eleitoral,
mesmo antecipado, poderá mudar a realidade.
"Vendendo gato por lebre", porque eles nunca aceitam crítica; são os verdeiros "donos da verdade". E pior, que enganam muita gente...
ResponderExcluirParabéns pela análise, Wagner!
ResponderExcluirCaríssimo amigo Evandro Paiva de Andrade,
ExcluirUm comentário seu é para mim razão de imensurável satisfação.
Muito obrigado por prestigiar o blog.