Durante o último período pré-eleitoral, o Brasil assistiu uma ostensiva e avassaladora campanha, protagonizada por Lula da Silva, não somente com o intuito de eleger seus candidatos, mas também para “varrer” do cenário político brasileiro a oposição e seus desafetos.
Quem não se lembra do discurso do então presidente, com a feição desfigurada, propondo “extirpar” a oposição democrática, diante de uma platéia de sindicalistas eufóricos? E os pedidos, em cada estado da Federação, para que o povo votasse nos candidatos por ele apontados?
O resultado de toda aquela campanha de coronelismo, em conjunto com a timidez - ou covardia? - de José Serra, de não se expor diante das mazelas do governo Lula da Silva, pela popularidade alcançada, é que temos agora uma oposição extremamente enfraquecida.
O caso recente do enriquecimento do ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, demonstra de forma clara essa ferida na nossa democracia. Ninguém em sã consciência tem dúvida de que o caso do ministro está muito mal esclarecido. A própria Ordem dos Advogados do Brasil – OAB – tem manifestado a necessidade de investigação do caso.
Mas a oposição não consegue ter sucesso nem em uma simples convocação do ministro, conforme aconteceu na Comissão de Agricultura, na última quarta-feira. A força do governo é avassaladora, enorme. Tanto na Câmara dos Deputados como no Senado.
Esse cenário favorece ao fisiologismo e a política obscura da corrupção e da troca de favores, sempre sustentada pelo cinismo e pela truculência, fatores que são inaceitáveis em sistemas democráticos e transparentes.
No passado recente, por muito menos, a oposição teria aberto uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Agora, no entanto, não consegue o mínimo das assinaturas necessárias para valer-se desse instrumento.
A CPI é um instrumento importante das minorias na investigação das possíveis irregularidades dos governos. Sem este instrumento, e instituições fortes, é difícil conter os excessos, principalmente em um sistema de tantas mazelas, conforme é o brasileiro.
A reação de força demonstrada pelo governo para conter a convocação de Palocci é um desses excessos. Como diz a sapiência popular “quem não deve não teme”. Está muito claro para a população que o governo não quer que o caso seja apurado, como também que o enriquecimento repentino do ministro não está condizente com as explicações formuladas.
Não bastasse as ações do Ministério da Educação, no sentido de propagar orientações sexuais das minorias nas nossas escolas; de aprovar materiais didáticos com apologia a governos demagógicos e populistas; de empobrecer nossa cultura com a validação de erros na gramática e na linguagem.
Assistimos, assim, estarrecidos e indefesos, nossa vulnerabilidade política. As crises vão e vêm e os políticos parecem que não se emendam.
Hoje o descrédito de Palocci é cada dia mais latente; dia a dia ele sangra. Carrega consigo o descrédito para a própria presidenta Dilma, que na imposição da força, conforme a oposição, também se enfraquece.
"Grande artigo". Coerente, extremamente bem argumentado; proporciona ao leitor fácil compreensão, até para os mais leigos - assim como eu.
ResponderExcluirNão posso dizer que sou completamente favorável ao governo - muito contrário - mas, vejo sim, boas iniciativas; mesmo que sejam raras.
Comungo, juntamente com o Senhor Wagner Medeiros, dessa visão descrente de nosso governo. Reservo-me, apenas, o direito de discordar quanto ao tema "a validação de erros na gramática e na linguagem". Não se trata de validar erros - desculpe-me.
Do mais, meu humilde parabéns.