A permanência do ministro
Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), ministro-chefe da Secretaria de Governo do
presidente Michel Temer (PMDB-SP), depois de tentar intervir nas decisões do
então ministro de Cultura, Marcelo Calera, pela liberação da construção de um
edifício em área de preservação histórica, em Salvador, demonstra como os interesses
nacionais são jogados em plano secundário. A obra encontra-se embargada pelo
Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), depois de
iniciada sem a licença apropriada.
É inadmissível, portanto, que o presidente Michel Temer não
tenha demitido pontualmente seu colega de partido, e amigo, após Calera denunciar
Geddel. O ministro da Cultura inclusive foi levado a pedir demissão devido à
pressão de Geddel. Está explícito, portanto, que o Secretário de Governo
quebrou o decoro do cargo ao infringir preceitos éticos. Não se pode
privilegiar interesse privado em detrimento do público. E a questão da
conservação do patrimônio histórico em Salvador é uma matéria absolutamente relevante,
de interesse nacional.
Tão grave quanto a inação do presidente é o manifesto de apoio dos líderes dos partidos da base aliada do atual governo ao ministro
infrator, como também as manifestações do presidente da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia (DEM-RJ). Para Maia “Geddel tem o apoio do parlamento, tem a confiança,
tem exercido papel fundamental para o governo na articulação política”. Tal
argumento não apaga a quebra de ética do ministro, mas explicita a falta de
decoro do próprio Parlamento.
É este tipo de comportamento dos políticos que levou o
Brasil à atual crise. O Estado não é para atender aos interesses privados de
minorias, senão para suprir os anseios maiores da população. Entretanto, a
maioria dos políticos parece que não está nem um pouco preocupada com isto. Seu
modus operandi é um verdadeiro escárnio
para com os contribuintes e as pessoas que ainda sonham em ver o Brasil com valores
mais nobres: um país mais igualitário e melhor para todos.
Ontem, grande parte desses políticos fazia parte da base
política que sustentou os governos corruptos, incompetentes e perdulários de
Lula da Silva (PT-SP) e de Dilma Rousseff (PT-RS). Hoje, diante da crise gerada
por aqueles governos, tais políticos continuam a virar as costas para a
população, como se o Brasil fosse propriedade privada dos que momentaneamente
estão no governo. Repetem-se, assim, os mesmo erros, indiferentes à vontade da
população, que se encontra aflita por mudanças.
Recentemente a pressão popular varreu do Palácio do Planalto
a ex-presidente Dilma Rousseff e toda sua tropa de choque, incluindo o quase
ministro Lula da Silva. Como sobra restou o exemplo. A velha política se tornou
intolerável, uma vez que o povo não suporta mais pagar a conta da corrupção, da
ineficiência e das demais mazelas que impregnam o Estado brasileiro pelo
atraso.
Arte: Carlinhos Müller - Editoria de arte da Folha de São Paulo
Arte: Carlinhos Müller - Editoria de arte da Folha de São Paulo
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