Nunca no
Brasil um governo gastou tanto dinheiro com propaganda conforme o governo de Dilma
Rousseff no ano passado. A cifra vultosa chegou a R$ 2,3 bilhões, para a
divulgação da “eficiência” do governo federal e das estatais. O recorde
anterior havia sido de R$ 2,2 bilhões em 2010, durante o governo do
ex-presidente Lula da Silva (PT-SP), “coincidentemente” também um ano anterior
às eleições presidenciais de 2011.
É assim que
eles sempre procedem, uma vez que a legislação proíbe que os gastos com
publicidade no ano das eleições ultrapassem à média dos três anos anteriores.
Então, a massificação da propaganda, com cunho político, é sempre no primeiro
semestre antes das eleições e no ano que precede ao pleito - um critério perfeitamente
estudado.
A
Constituição Federal, no artigo 37, em seu inciso XXI, parágrafo primeiro,
dispõe que “a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizam
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.
Mas, à
margem da nossa Carta Magna e da Lei, o governo não demonstra qualquer pudor
quando se trata de propaganda, a começar pela logomarca – muito diferente de
qualquer símbolo do país - que é estampada em suas peças publicitárias. A
finalidade é sempre mostrar as “maravilhas” do governo e das empresas estatais,
ligando-as às realizações do governo. Tudo, deste modo fica perfeito e acabado,
sem a menor margem para uma análise crítica das massas.
As
propagandas dos programas “Minha Casa, Minha Vida” e “Mais Médicos”, ora
veiculadas nas mídias, são exemplos claros da utilização da propaganda como
instrumentação política. Ambos os programas serão o carro chefe da presidente
em sua campanha. Na peça do “Mais Médicos” parece que todos os problemas do
Brasil na área da saúde foram resolvidos; na do “Minha Casa, Minha Vida”, que a
presidente resolveu o problema da falta de moradias, dando casa de graça para
todo mundo.
Os recursos
financeiros do “Minha Casa, Minha Vida”, entretanto, são do Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço (FGTS) do trabalhador, que é quem de fato subsidia o
programa. Isto nunca é divulgado. Parte do dinheiro vem da correção do FGTS
abaixo dos índices de inflação, o que acarreta aos trabalhadores pesadas
perdas; outra parte vem do lucro obtido por essa bilionária, que nunca foi
dividido entre os reais donos.
Logo também estaremos
sendo torpedeados por outra “forte campanha de mídia”, conforme anunciado pelo
ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto
Carvalho (PT-SP). A campanha será sobre a Copa do Mundo. Segundo o ministro,
porque “a imprensa mente para caramba, criando uma visão parcial e destorcida”.
Então, há necessidade do contribuinte saber “que a Copa do Mundo é boa para o
Brasil”.
Com certeza
não se falará das obras de infraestrutura que deixaram de ser executadas,
daquelas que não serão entregues em tempo hábil, conforme prometido em cadernos
de encargos, e muito menos do superfaturamento das arenas esportivas. Para eles
estas questões são obras da “imprensa golpista”, dada aversão que têm às
críticas.