No último mês de junho, em plena Copa das Confederações, o
Brasil expôs ao mundo a anarquia de vândalos mascarados, batizados com o nome
de Black-blokcs, enfrentando a polícia em quebra-quebras nas principais cidades
do país. As manifestações pacíficas e ordeiras, legitimadas pelo clamor popular
de melhoria dos serviços públicos e de melhor utilização dos recursos, acabaram
em segundo plano e aos poucos foram sumindo, minguando.
Agora, ao final do Campeonato Brasileiro, na partida de
futebol entre o Atlético Paranaense e o Vasco da Gama, na cidade catarinense de
Joinville, voltamos a mostrar em todo planeta cenas deprimentes de agressão.
Dezenas de “torcedores” de um lado e do outro, em pleno pé guerra se
esbofeteando - uma agressividade desumana. Três deles acabaram em coma, após
espancados de forma covarde e brutal, sem o mínimo de piedade.
Há poucos dias os principais sites e jornais do mundo já
haviam destacado o insucesso no lançamento da última peça de sustentação da
cobertura do Itaquerão, em São Paulo, palco da abertura da Copa do Mundo. Não
foram poucas as críticas da imprensa internacional, inclusive questionando a
preparação do Brasil para a realização de grandes eventos.
Ainda no último mês de julho, durante a 38ª Jornada Mundial
da Juventude (JMJ), com a presença do Papa Francisco, vários eventos tiveram
que ser transferidos do local programado - montado em Guaratiba, na Zona Oeste
do Rio de Janeiro -, para a praia de Copacabana. A lama formada pelas chuvas
inviabilizara a utilização do local, feito com terra batida e sem sistema de
drenagem. Mais uma obra acabada às pressas, sem o planejamento adequado.
Outros fatos recentes também ganharam as manchetes do mundo.
Lembremos do último arrastão na praia de Ipanema; do estupro da turista
americana dentro de um Van; dos bandidos em bando fugindo da polícia no
complexo do Alemão, entre tantos outros eventos, que têm marcado nosso país
pela criminalidade e violência.
Para a Copa do Mundo temos a certeza de que todos os estádios
estarão prontos. Não cabe questionarmos agora, em prol do sucesso, se este ou
aquele será subutilizado no futuro. Por lamentável, basta a certeza de que
grande parte das obras de infraestrutura não será entregue a tempo, conforme
compromisso firmado em cadernos de encargos. Muitas obras inclusive já foram
canceladas.
Diante deste Brasil real, bem diferente do Brasil colorido e
rico como nos querem fazer crer os nossos políticos, resta-nos correr contra o
tempo para organizar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Temos, pelos menos,
que minimizar os possíveis problemas, principalmente com relação à segurança
pública, que talvez venha a ser o de maior risco.
Várias manifestações, prematuramente, estão sendo anunciadas.
Até mesmo o grupo da minoria LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis,
transexuais e transgêneros). Mal sorteado o local dos jogos, já programou a
realização de protestos, contra os países que não têm a mesma cultura
permissiva que o Brasil. Lembremos apenas que nossa política externa sempre foi
orientada pela alta determinação dos povos.
Em vez de protesto, deveríamos estar preocupados em mostrar o
que temos de melhor ao mundo. Só assim recuperaremos no futuro a elevada soma
de recursos que ora estão sendo gastos. Nesta altura, não adianta mais pensar
que estes recursos deveriam ser aplicados em educação, saúde ou em qualquer
outra área prioritária. O que já foi feito não tem retrocesso!
Cabe agora às autoridades o dever de esclarecer aos
brasileiros a importância destes eventos, para consolidar uma imagem mais
positiva do nosso país. Se tal fato não acontecer em tempo apropriado, no
futuro poderemos lamentar por mais estas oportunidades perdidas.
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