A médica
cubana Ramona Matos Rodriguez, contratada do programa “Mais Médicos” do
Ministério da Saúde (MS), conseguiu driblar seus vigilantes e se refugiar na Câmara
dos Deputados na última terça-feira. Ramona estava trabalhando no município de
Paracajá, no interior do Pará, desde que chegou ao Brasil em outubro do ano
passado.
A médica
cubana teve mais sorte que seus compatriotas boxeadores, Guillermo Rigondeuaux
e Eristandy Lara, presos pela PF após abandonarem a delegação de Cuba durante
os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007. Ambos foram repatriados por
ordem do ex-ministro da Justiça, Tarso Genro (PT-RS), depois de presos no
interior do Rio de Janeiro, sem qualquer chance de asilo político.
Segundo
Ramona, sua fuga se deu por sentir-se “enganada” pelo governo cubano.
Justificou receber apenas US$ 1 mil/mês, do qual US$ 600 ficavam retidos em uma
conta em Cuba, na qual só teria acesso quando voltasse, daqui a três anos. Além
disso, afirmou estar sendo vigiada por colegas que seguiam seus passos, sentindo-se
impedida de se deslocar livremente.
Disse também
temer pela segurança de sua filha, que também é médica e permanece em Cuba,
onde recebe o salário de US$ 35 por mês.
Falou ainda da preocupação de ser repatriada, pois sabe que será presa
caso retorne à Ilha.
Nada do que
disse Remona é novidade. Lá em Cuba não há liberdade de expressão e todos têm
que pensar da forma como quer o governo, como autômatos. Por isto, toda
informação é criteriosamente controlada, em todos os meios de comunicação.
Qualquer tipo de manifestação contrária ao regime é motivo de prisão. Lá impera
o medo, haja vista que todos se sentem vigiados.
Aqui nesta
coluna, antes mesmo da chegada dos médicos cubanos ao Brasil, dissemos que esta
era uma forma do governo brasileiro subsidiar o governo comunista de Cuba.
Agora se vê de forma muitíssimo nítida e transparente esta realidade. O povo brasileiro
paga a Cuba R$ 10 mil/mês por médico, sem contar os gastos com moradia e
alimentação. No entanto, o profissional recebe apenas US$ 400/mês, já que US$
600 ficam retidos.
Então procede
a denúncia de que pela legislação brasileira o trabalho dos médicos cubanos é assemelhado
ao trabalho escravo, razão pela qual a própria Procuradoria Geral do Trabalho
já sinalizou a abertura de processo, visando questionar na Justiça a
ilegalidade do contrato bilateral para a vinda desses médicos.
O contrato é
inaceitável e vergonhoso para o Brasil. O problema da falta de médicos poderia
ser facilmente resolvido. Bastaria o governo criar a especialização em
medicina básica, dando direito de acesso aos profissionais graduados em outras
áreas da saúde. Após dois ou três anos de curso não faltariam médicos para
atender a saúde básica nas comunidades carentes. Mas, com uma diferença:
estaríamos gerando empregos para brasileiros.
Contudo, a
questão parece ideológica (coisa do pensamento e do modo de governar petista). Enquanto,
aqui, os portos e toda infraestrutura caem aos frangalhos, a presidente Dilma
Rousseff inaugura um porto novo em Cuba, construído com o dinheiro do povo
brasileiro. Não satisfeita, ainda agradece ao governo cubano pela vinda dos
médicos que os brasileiros subsidiam, o que é uma forma sem grandeza de fazer
política.
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