Para felicidade quase geral da nação, o
velho Brasil da impunidade parece estar mudando. Esta é a mensagem
que fica do julgamento do recurso impetrado pelos advogados de defesa do
ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) no Tribunal Regional da 4ª região, em Porto
Alegre, contra a decisão do Juiz Sérgio Moro, na primeira instância, em
Curitiba. Além de ratificar toda a sentença proferida pelo Juiz Moro, os
desembargadores da 8ª Turma da 4ª Região ainda aumentaram a pena do
ex-presidente de nove meses e meio para doze anos e um mês de prisão. O uso do
cargo foi uma agravante.
“Como nunca antes na história deste
país” um ex-presidente da República poderá acabar sua vida política na cadeia,
por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Cabe agora a toda sociedade
resistir para que a Lei Ficha Limpa seja mantida. Por certo não faltarão forças
ocultas de todos os lados e poderes da República em busca de fragmentá-la.
Combater a impunidade incomoda muita gente, principalmente àqueles que
aprenderam a locupletarem-se com o dinheiro público; com o sacrifício das
classes mais pobres de nossa gente.
Daí a gana do PT para voltar ao
poder e restabelecer tudo aquilo que se viu no MENSALÃO, no PETROLÃO e em
tantos outros escândalos. Mas, em suma, caiu por terra a estratégia dos
advogados de defesa do ex-presidente Lula da Silva, da cúpula e dos militantes
petistas de confrontar a Justiça para inocentar seu líder no tapetão, como se
ele estivesse acima das Leis. Contudo, os desembargadores da 8ª Turma da 4ª
Região fizeram com que prevalecessem a Justiça, com todas as letras, sem se
deixarem abater por pressões, intimidações e até ameaças.
O veredicto de 3 a 0 deveria arrefecer
os ânimos da raivosa trupe petista, uma vez que o redator do processo,
desembargador João Pedro Gebran Neto, ao ratificar o veredicto do Juiz Sergio
Moro, em mais de 400 páginas, mostrou que há provas contundentes e irrefutáveis.
E foram justamente esses provas e argumentos técnicos e objetivos que desmontaram
a defesa do ex-presidente e determinaram o placar de Porto Alegre. No entanto,
o PT continua buscando o confronto, com o objetivo tácito de continuar a
dividir o Brasil e os brasileiros.
Em incisivo afronto à justiça, a
direção do PT e o próprio ex-presidente Lula da Silva comunicaram na última
quinta-feira que continuarão em campanha para as eleições deste ano. Segundo o
cientista político e professor do departamento de história da Universidade de
São Paulo (USP), professor Antonio Carlos Mazzeo (PT-SP), “o PT vai reforçar a
candidatura e jogar as bases na rua. Essa fratura está sendo organizada,
construída, e o PT vai trabalhar nela reforçando as críticas às elites, aos setores
conservadores, à mídia golpista...”
Já o coordenador nacional do Movimento
dos Sem Terra (MST), João Pedro Stélide, disse “Aqui vai um recado para a Polícia
Federal e para o Poder Judiciário: não pensem que vocês mandam no país. Nós, os
movimentos populares não aceitaremos de forma alguma e, impediremos com tudo
que for possível, que o companheiro Lula seja preso. O presidente do PT
paulista, o sindicalista Luiz Marinho, já até anunciou “apagar fogo com
gasolina”.
Pior ainda procede o ex-presidente Lula da Silva ao afrontar a
tudo e a todos, sem o mínimo respeito às instituições. Para ele a democracia é
só para o que lhe convém, o que está muito mais próximo de pilantrocracia ou
outra coisa qualquer parecida. Faltam-lhe princípios republicanos, enquanto
sobram-lhes fúria.